Todos
devemos procurar sermos amigos do Menino Jesus e amá-lo como crianças amigas
amam: de modo simples
e sincero. E, assim como o objeto amado transforma o
amante tornando-o semelhante a Si, temos esperança de que o nosso amor ao
Menino Jesus nos transforme em meninos bons.
Em
função da proximidade do Natal, gostaria de falar-lhes sobre o Menino Jesus. As
meditações sobre o Menino Jesus são profundamente frutíferas, pois, rememorando
a inocência do Menino Jesus, fazendo-a presente em nós, é mais fácil termos
horror a nossa maldade, ainda tão profundamente enraizada em nossas almas.
Trazer à memória a fragilidade e
a inocência do
Menino Jesus nos ajuda a secar a raiz e
a seiva da
árvore dos vícios. Sua raiz: o orgulho…
a seiva: o egoísmo.
Para
sermos amigos do Menino Jesus, temos que frequentar a sua casa, visita-la com
diligência e assiduidade. Como bom filho o Menino Jesus está sempre em casa … e
nunca disperso. Ora, como o Menino Jesus é hoje um pequeno Menino, sua casa
é assistida por sua Mãe, Nossa Senhora. E é Ela – sempre Ela – que nos abre a
porta para que possamos brincar e conviver com o Menino. Colocamo-nos
assim sob a guarda da
Virgem, e só então temos liberdade na casa do Menino. E eis
aqui um consolo: brincar com o frágil e pequenino Menino Jesus é –
necessariamente – estar sob a proteção do Véu poderoso de Nossa Mãe Santíssima!
E tudo que fazemos … fazemos sob seu olhar zeloso e atento.
Brincar
com o Menino Jesus é muito mais do que brincar com aquele garoto, que
certamente existe na memória de cada um de nós e que era conhecido como o “dono
da bola”. Aquele nos fornecia não somente a ocasião de brincar, como também o
procurado brinquedo: a bola. Brincar com o Menino Jesus é brincar com aquele
que é dono de tudo, de todas as bolas, de todas as esferas, inclusive as
celestes. É brincar com aquele que rege todas as jogadas … todos os ciclos,
rege todos os campos e todos os tempos. E com todo esse poder não deixa
de ser … Menino! Como é possível tal milagre? Um Deus Todo Poderoso que se faz
menino para que assim não tenhamos dEle medo, mas ao contrário, tenhamos
compaixão… Tenhamos um verdadeiro amor. Como Menino não nos ameaça, como Menino
ele nos convida para brincar.
É
bom termos isso em mente. Afinal, para brincar é necessário um repouso de alma, uma
tranquilidade na ordem: é necessário paz, em contraposição à tensão de ânimo
necessária para a execução das atividades quotidianas. Ao lado do Menino, temos
a disposição de alma necessária para contemplá-lo.
Mas
qual será a brincadeira ou jogo que podemos fazer com o Menino Jesus? Jogo com
bolas? Com cordas? Com pipas? Afinal, o que é melhor e mais adequado? Com o
menino Jesus temos uma brincadeira um tanto diferente… Assim como um pai
contempla o seu filho recém-nascido e se admira de cada detalhe de seu ser, do
detalhe dos seus olhinhos, de seus dedinhos… Assim também nós com o Menino
Jesus contemplamos cada detalhe, meditando. Essa admiração, que nasce do
reconhecimento do que
o Menino é, faz nascer em nós o desejo de brincar.
E
então nos surpreendemos brincando com a criança, brincamos com o delicado toque
da ponta dos dedos que busca contemplar também o sorriso da criança… Assim
também nós brincamos com o Menino Jesus. Brincamos com Ele contemplando-O… E
cada movimento de nossa alma tem por fim desvendar os detalhes daquele Ser
espetacular e maravilhoso. Daquele Ser pequenino que encerra em Si toda a perfeição.
Os
movimentos que tem origem em nossa alma buscam – naturalmente – o
reconhecimento do que a criança é. Esse reconhecimento causa, em nós, ternura.
E assim descobrimos mais e mais a inocência da criança. Não satisfeitos com uma
brincadeira, repetimos o movimento. As pontas de nossos dedos tocam novamente a
criança, na esperança de faze-la sorrir e descobrirmos, então, como são seus
movimentos mais delicados e espontâneos.
Brincar
com o Meninos Jesus é contempla-Lo. Essencialmente, contempla-Lo. Buscar em seu
sorriso delicado e sereno uma
compreensão maior sobre o que Ele é… Afinal como é possível o
Onipotente ser assim tão frágil, tão pequeno, tão exposto às adversidades do
ambiente?
E
por fim conquistamos uma esperança renovada e mais profunda com esse brincar…
Esperamos que a contemplação de um sorriso tão sábio e inocente possa nos curar
de nossa malícia – tão avessa ao Ser inocente do Menino.
Esperamos
um dia, no céu, fazer nossa alma retribuir – adequadamente – também com um
sorriso tranquilo e sereno ao Menino Deus, a tudo o que Ele nos entregou e deu.
Encerramos
assim a visita ao Menino Jesus, saudando a Mãe e Dona da Casa, que tornou
possível esse Milagre dos Milagres.
Salve
Maria Santíssima!
Bruno
Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário