Depois do seu nascimento, a
Sabedoria Encarnada descansou, como que em seu Trono, nos braços de Maria.
Jesus pôs suas complacencias em receber os presentes de seu Natal, no regaço de
sua Mãe. Em seus braços, quis ser apresentado no Templo e oferecido ao Pai.
Ainda junto ao Coração de sua Mãe, Ele tomou o caminho angustioso do exílio.
Meditação
Prelúdios
I – Vejo o Menino Jesus,
sempre nos braços de Maria, a repousar com abandono e confiança.
II – Ensinai-me, Jesus, o
caminho tão doce que vos levou aos braços de Nossa Senhora.
I
Ponto
Jesus,
em seu Natal, nos braços de Maria
Maria é o trono da Eterna
Sabedoria. É nela que Jesus ostenta as suas maravilhas e riquezas, e recebe
nossas homenagens. Foi nos braços de Maria, que, apenas nascido, Ele quis ser
adorado por São Jose, em Belem. Pelos anjos, também, pelos pastorzinhos e pelos
reis magos. Todos eles “acharam o Menino com sua Mãe”. Todos, pois, devem ir a
Jesus por Maria. Ai dos que se crêem mais santos que José, ou mais puros que os
anjos, ou mais incentes do que os pastores, ou mais sábios do que os magos! Ai
dos que querem buscar a Jesus sem Maria!
O presente de seu Natal, Jesus
os recebeu por Maria. Quando alguem apresenta a Jesus alguma coisa por si
mesmo, ou apoiado nas próprias disposições, Jesus examina o presente e, por
vezes, o repele, ao encontrá-lo nodoado de amor próprio. Mas, quando lhe
oferecemos alguma coisa pelas mãos puras e virginais de sua Amada Mãe, Ele se
deixa vencer. Não considera o dom que lhe dão, mas somente a sua mãe que o
apresenta, não considera de quem vem aquele mimo, senão por quem Ele o recebe.
Este é o conselho de São Bernardo. Queres oferecer alguma coisa pequenina?
Oferece-a pelas mãos de Maria, se não queres ser repelido. (Cfr.T.V.D).
II
Ponto
Jesus
apresentado no templo nos braços de Maria
Todos os primogénitos de
Israel deveriam ser ofertados no Templo, ao Pai. Jesus o foi também. Mas, a
todos o Pai Celeste perdoava o que a seu Filho não perdoou: o sacrifício de sua
vida. Na apresentação, pois, Jesus era Hóstia que se oferecia à imolação. Foi
nos braços de Nossa Senhora que Jesus assim se apresentou ao sacrifício. Ele
quis que seu altar continuasse a ser aquele regaço imaculado. No Calvário, os
braços duros da Cruz não tinham a suavidade terna dos braços de Maria. Mas a
Vítima daquele sacrifício dispôs que Maria ali estivesse também, a participar
de sua oblação, no santuário íntimo de sua alma. No sacrifício eucarístico dos
nossos altares, Maria está também, com seu carinho vigilante...
Ah! Se a soubéssemos atrair
sempre junto de nós, na santa comunhão! Se aprendêssemos a oferecer nossos
pequenos sacrifícios e imolações na suavidade do altar dos braços de Maria!
III
Ponto
Jesus
nos braços de Maria, a caminho do Exílio
O Menino Jesus, perseguido de
morte, vai para a terra escura do seu exílio entre os pagãos. Mas foge, nos
braços de Maria. O calor amoroso daquele regaço virginal Lhe era suficiente
amparo, proteção e consolo para as longas viagens, as amarguras da terra
estranha, a tristeza dos cultos pagãos.
Não fora, aliáis toda a sua
perigrinação pela terra, um grande exílio, longe do céu, sua verdadeira Pátria?
Mas, dos trinta e três anos que assim viveu, no desterro, ele escolheu a quase
totalidade, - longos trinta anos, para nos ensinar a fazer a vontade do Pai em
nossos misteres humildes, na vida do lar, na obscuridade de nossos labores de
todos os dias -, longos trinta anos, Ele escolheu ficar em companhia de Maria,
o maior atrativo da terra para seu Coração! À imitação do Verbo Encarnado,
nosso Chefe e nosso Modelo Supremo, nós,
tambem em terra de exílio, vivamos junto a Nossa Senhora. Em nossas tristezas,
perseguições, desolações de coração, por entre o paganismo de nosso ambiente
social, busquemos Maria para nosso refúgio e lenitivo. No seu regaço,
encontraremos Jesus, e teremos assim o paraíso.
Fonte:
Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, Consagração
a Nossa Senhora (Segundo o Método de São Luis Maria Grignion de Montfort)
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